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Mais da metade dos consumidores não controla gastos com cartão de crédito, aponta CNDL/SPC Brasil

29% admitem já ter sido negativados por falta de pagamento da fatura do cartão de crédito. 80% dos que utilizam o rotativo do cartão de crédito não sabem a taxa de juros mensal cobrada

No momento em que o país passa por uma ampla discussão a respeito de medidas para diminuir a inadimplência dos consumidores e as taxas cobradas pelos cartões de crédito, uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise, aponta que 55% dos consumidores entrevistados não fazem controle dos gastos mensais com cartão de crédito. Entre os que realizam o controle (44%), os principais mecanismos utilizados são o caderno/agenda (18%) e a planilha em computador (17%). 

De acordo com o levantamento, 80% dos consumidores que utilizam o rotativo do cartão de crédito, também não sabem a taxa de juros mensal cobrada. Entre os que sabem, a média estimada declarada é de 13%.

Já 77% dos consumidores analisaram as tarifas e/ou os juros cobrados ao adquirir o cartão de crédito, sendo que 57% verificaram as tarifas cobradas e 36% os juros cobrados por atraso no pagamento ou uso do rotativo. Mas 15% não fizeram este tipo de análise. 

Considerando os últimos 12 meses da data de realização da pesquisa, o cartão de crédito foi utilizado por 78% dos entrevistados, sendo o seu uso frequente (todos os meses) para 69% dos consumidores, e 23% utilizaram a cada 2 ou 3 meses.

“O crédito é um instrumento que alavanca a economia, ampliando o bem-estar dos consumidores e as receitas dos lojistas, desde que usado com consciência e planejamento. Se por um lado ele pode ser pensado como um atalho para algumas conquistas da vida, por outro, pode trazer consequências graves ao orçamento, caso o consumidor não utilize esse crédito com prudência e organização de suas finanças”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.

 

Roupas, calçados, acessórios e remédios são os produtos mais comprados com cartão de crédito

Os produtos e serviços mais comprados pelo cartão de crédito são roupas calçados e acessórios (58%), remédios (47%), supermercado (44%) e eletrodomésticos (43%).

De acordo com os consumidores entrevistados, 51% utilizam o cartão para compras na internet, 45% quando não tem dinheiro para pagar à vista e precisa parcelar a compra e 36% quando o valor da compra é alto.

Entre as razões para não usar o cartão de crédito estão a preferência de pagar as compras à vista, seja para ganhar descontos (31%), ou mesmo não tendo desconto (26%), seguido de não ter cartão (19%) e o risco com que percam o controle e comprem por impulso (19%).

Considerando as principais vantagens em pagar as compras com o cartão, os respondentes acreditam que é poder parcelar as compras (48%), ter prazo para pagar (40%), fazer compras online (36%) e poder comprar mesmo sem dinheiro disponível (30%).

 

Maioria dos cartões de crédito foram emitidos por bancos digitais. 29% admitem já ter sido negativados por falta de pagamento da fatura

A maioria dos consumidores admite que solicitou aos bancos/instituições/lojas o cartão de crédito (44%).  Enquanto 42% receberam uma oferta e aceitaram.

De acordo com os entrevistados, a maioria dos cartões foram emitidos por bancos digitais (62%) e bancos tradicionais (59%).

Os motivos para a contratação de cartões de crédito emitidos por bancos digitais são a facilidade de resolver tudo pela internet sem burocracia (51%), economizar no pagamento de taxas, juros e anuidade por serem mais baixos que dos bancos tradicionais (44%) e aprovação do crédito/serviços mais rápida e menos burocrática (40%).

A pesquisa apontou que 88% possuem cartões de crédito, sendo 2 a posse média de cartões de crédito atual pelos entrevistados.

Os principais motivos para se ter mais de um cartão de crédito são: não pagar anuidade (41%), ter um valor maior de crédito disponível (33%) e conseguir melhores prazos de acordo com a data de fechamento da fatura (32%).

“O cartão de crédito é uma modalidade importante para os consumidores terem acesso ao parcelamento de bens que dificilmente conseguiriam comprar à vista. É fundamental que o governo encontre um equilíbrio com os bancos em relação aos juros cobrados no país. O consumidor brasileiro paga um dos maiores juros do mundo que impactam no poder de compra das famílias e no crescimento econômico”, afirma Costa.

Em relação ao pagamento das faturas, 58% afirmaram que nunca pagaram o mínimo da fatura do seu cartão de crédito, 22% já pagaram, mas não pagam dessa forma há pelo menos 12 meses e 15% costumam pagar o mínimo às vezes ou se necessário.

Em relação à faturas atrasadas, 21% possuem o pagamento de ao menos uma fatura de cartão de crédito em atraso. Em média, a quantidade de faturas em atraso é de 2. Já 71% não possuem faturas em atraso atualmente.

Entre os 65% que possuem alguma(s) compra(s) em aberto na fatura, a média de parcelas a serem pagas nos próximos meses é de 6 (com aumento de 1 parcela comparado a 2022). De acordo com os entrevistados, 29% admitem já ter sido negativados por falta de pagamento da fatura do cartão de crédito nos últimos 12 meses da realização da pesquisa, sendo que 16% ainda estão com o nome sujo. 30% já tiveram o cartão bloqueado por falta de pagamento.

 

25% contrataram empréstimo pessoal nos últimos 12 meses. 22% usaram o limite do cheque especial nos últimos 12 meses

O empréstimo pessoal também foi analisado pela pesquisa. De acordo com o levantamento, 25% dos entrevistados contrataram empréstimo pessoal e 17% contrataram empréstimo consignado em bancos e/ou financeiras nos últimos 12 meses da realização da pesquisa.

A pesquisa apontou ainda que 52% dos empréstimos foram feitos em bancos tradicionais e 40% nos bancos digitais, seguido do cartão de crédito (12%).

De acordo com os entrevistados, 78% verificaram a real possibilidade de pagamento das prestações ao longo do período antes de fazer o empréstimo.

A respeito dos motivos que levaram a contratação dos empréstimos, 32% fizeram para pagar outras dívidas, seja de empréstimos, cartão de crédito ou prestações de compras, 17% para pagar contas de consumo do dia a dia e 11% para imprevistos com manutenção de automóvel/moto.

A boa notícia é que 74% afirmam não possuir parcelas de empréstimo em atraso. Entretanto, 20% admitem inadimplência no pagamento sendo a média de cerca de 4 parcelas em atraso, com aumento de 1 parcela comparado a 2022. 27% afirmaram ter tentado tomar algum tipo de empréstimo nos últimos 3 meses; sendo que 14% conseguiram e 13% não conseguiram.

O nome sujo é o principal motivo da não cessão de crédito pelas instituições financeiras (56%), seguido do valor do empréstimo solicitado ser maior do que a renda permite (16%) e falta de garantia para os credores (16%). 

Nos últimos 12 meses, 22% dos entrevistados utilizaram o limite do cheque especial, sendo que 41% usaram todos os meses, 33% a cada 2 ou 3 meses e 19% usaram cerca de 3 vezes no ano ou menos.

71% receberam o cheque especial do banco ou instituição financeira de forma deliberada, sendo que 42% receberam uma oferta e aceitaram e 28% receberam sem que fosse solicitado. Por outro lado, 22% fizeram uma solicitação.

Os principais motivos que levaram a utilizar o cheque especial foram: imprevistos com doenças (26%), pagamento de contas que estavam com o prazo a vencer (24%), descontrole no pagamento das contas (22%), compra de mantimentos para a casa (18%) e pagamento de dívidas em atraso (16%).

 

METODOLOGIA

Público-alvo: População internauta residente nas capitais brasileiras, homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos.

Método de coleta: pesquisa realizada via web.

Tamanho amostral: 667 casos e pós-ponderada considerando as capitais do país e perfil.  Margem de erro no geral de 3,8 p.p. para um intervalo de confiança a 95%.

Data de coleta: 2022 – 15  a  22 de setembro de 2022 / 2023 – 31 de julho a  08 de agosto de 2023.

Fonte CNDL

SPCRIO.COM

A Câmara de Dirigentes Lojistas (SPCRIO.COM) do Rio de Janeiro é uma entidade representativa que visa defender os interesses dos empresários do setor varejista na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Ela faz parte de uma rede maior de Câmaras de Dirigentes Lojistas espalhadas por todo o país, que estão afiliadas à Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

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